quinta-feira, 19 de março de 2009

- OLHE ALI PARA A LENTE DA VERDADE



Ontem fiquei triste com a notícia do falecimento de Clodovil.

Polêmico, briguento, complexo, muitas vezes preconceituoso, porém uma pessoa única. Quem já não assistiu a Clodovil? Olhe ali para a lente da verdade e me diga!

Lembro desde os croquis feitos ao vivo, no programa matinal da Globo em mil novecentos e bolota, na TV Mulher, apresentado ao lado da até então sexóloga Marta Suplicy. "Tenho um casamento tal, sou madrinha, tenho o corpo assim, o que você sugere?" E o talentoso Clodovil esboçava em segundos um modelito de alta costura para a simples dona de casa. Entre um traço e outro, uma língua ferina deslanchava comentários sarcásticos sobre as mais diferentes pessoas e assuntos.

Depois tentou um programa aqui, outro acolá. Brigou aqui, foi rejeitado lá, e por incrível que pareça foi acabar no Congresso Nacional como o terceiro deputado federal mais votado do país. Na política continuou gerando confusões, e pleiteando muitas vezes causas sensatas e pertinentes.

Clô nos deixa. Ficou marcado pela postura de polemizador e por declarações consideradas impróprias ou indelicadas, muitas vezes dirigidas a outras personalidades famosas. Mas como não gostar de alguém tão carismático? A sonora e gostosa gargalhada ainda ecoa no ar. Fique em paz.

"Por isso não provoque... é cor de rosa choque..."


Fica aqui minha homenagem.

CLODOVIL HERNANDES

Clodovil nasceu no interior de São Paulo e foi adotado por um casal de imigrantes espanhóis (Domingo Hernández e Isabel Sánchez), nunca tendo conhecido seus verdadeiros pais. Foi educado em colégio interno por padres católicos; mudou-se para São Paulo para estudar Filosofia, mas o talento falou mais alto. Falava francês e castelhano. Nos anos 60 ganhou fama como estilista de haute couture, mantendo uma "rivalidade" com Dener.

A despeito de um vida de glamour e fama, fazia qustão de demonstrar a espiritualidade, referia Deus de forma recorrente no diálogo e nas entrevistas: Eu não sou briguento. Como eu poderia ser? Eu sou temente a Deus.

Consagrado como estilista nos anos 60 e 70, foi convidado a trabalhar na televisão, onde também virou moda, permanecendo por mais de quarenta anos; foi apresentador de inúmeros programas em diversas emissoras.

Lançou-se deputado federal nas eleições de 2006. Clodovil era titular nas comissões de Direitos Humanos e Minorias; de Educação e Cultura; e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. O deputado também atuava como suplente na Comissão de Seguridade Social e Família. Ao assumir o cargo, Clodovil declarou que não tinha uma bandeira específica a defender na Casa, mas iria implantar a política “do amor, do afeto e do respeito”.

Atualmente, 16 propostas de autoria de Clodovil tramitam na Câmara em condições de ir a voto. Entre elas está o PL 2374/07, que torna obrigatório o exame de próstata para os trabalhadores do sexo masculino com idade a partir de quarenta anos. A proposta visa prevenir este tipo de câncer, doença que ele enfrentou em 2005, tendo que passar por uma cirurgia para a retirada do tumor.

Crítico da letargia do Congresso Nacional, Clodovil defendeu em seu último discurso no plenário da Câmara, em novembro do ano passado, proposta de emenda constitucional, de sua autoria, prevendo a redução do número de deputados federais. A ideia seria passar dos 513 para 250, limitando cada Estado a ter, no máximo, 30 representantes. São Paulo, Estado pelo qual foi eleito, tem 79 vagas atualmente.

Fontes:
Wikipédia.
último segundo da IG


Dani Uzeda

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